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© Arquivo Apae Mirim
Educação

APAE MIRIM: grupo de convivência retoma as atividades neste Sábado em Cocal do Sul

Encontro reúne alunos, familiares, vizinhos e amigos com ou sem deficiência, visando estimular a compreensão e respeito às diferenças.

A APAE de Cocal do Sul retoma neste sábado (05) as atividades do grupo de convívio APAE MIRIM. O grupo reúne alunos, familiares, vizinhos e amigos com ou sem deficiência, visando desenvolver no individuo a aceitação de si e do outro nos grupos sociais ao qual faz parte, através do reconhecimento e do respeito às diferenças. “O projeto visa conscientizar de que somos todos diferentes e que devemos ser respeitados pelo que somos, independente das necessidades que temos”, explica a diretora da APAE Cocal do Sul, Rosiclei Prior Viola.

Com encontros a cada quinze dias, sempre aos sábados, às 13h30min, o retorno já era aguardado pelas famílias Apaeanas. “No caso das famílias temos muitos irmãos de alunos que frequentam a Apae Mirim. É importante para essa criança entender o porquê do irmão ser diferente e as vezes necessitar de uma atenção mais frequente ou maiores cuidados dos pais”, frisa Rosi.

O grupo se encontra nas dependências da APAE Cocal do Sul e veículos da instituição buscam e levam os participantes em casa. “Queremos incentivar essa participação cada dia mais. Aproximar família e escola e ofertar esses serviços de convívio é de extrema importância”, declara a diretora.

Vale destacar que todo projeto é elaborado e ministrado por profissionais capacitados e diversas atividades são realizadas.

Para mais informações, basta ligar para a escola no número (48) 3447-6059.

:: Conheça o Projeto

A Escola Especial Centro de Apoio Luzes do Amanhã (Cala), mantida pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Cocal do Sul (APAE), através de pesquisa de satisfação com familiares e alunos, identificou um ponto de dificuldade nas famílias: a aceitação por parte dos demais filhos na questão da pessoa com deficiência, membro desse grupo. Outro ponto levantado foi a discriminação e preconceito que existia entre as crianças com parentesco ou vizinhos, o que muitas vezes acabava abalando a estrutura familiar.

A Diretora da APAE Cocal do Sul, Rosiclei Prior Viola afirma que muito se escuta nos dias atuais que, as crianças precisam aprender a conviver. Mas é preciso refletir sobre a importância deste ato. “Conviver é uma forma de estar perto de outras pessoas, interagindo com elas de alguma forma. Isso pode parecer simples, mas na verdade é um grande desafio. Como ninguém é igual a ninguém, ao estar junto, mais cedo ou mais tarde, as diferenças entre desejos, hábitos, modos de ser, se expressar e pensar vão aparecer”, lembra Rosi, que reflete que o maior desafio acaba sendo, como aprender a lidar com os conflitos e questionamentos que essas distintas maneiras de ser despertam.

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A convivência estimula a compreensão e o respeito às diferenças. © Arquivo Apae Mirim

Foi pensando na importância das referências e interações que se dão entre adultos e crianças na infância, que a equipe da APAE criou então, o grupo de convivência APAEMIRIM. O objetivo do projeto é atender as crianças e adolescentes, sejam elas irmãos, parentes e vizinhos de pessoas com deficiências, a fim de realizar um atendimento diferenciado na sede da instituição, tentando contribuir com os pais na minimização do preconceito sofrido pelas pessoas com deficiência.

O presidente da escola, Pedro Bertan, afirma que podem participar do grupo, crianças, adolescentes e familiares com ou sem deficiência, atendidos pela APAE. “Quanto mais cedo compreendemos que cada um tem um jeito próprio, mais fácil é entender que ser diferente não é ser desigual. Isso é uma forma de não se sobrepor ao outro ou de idealizá-lo, colocando-o num patamar distinto. Torna-se possível perceber que somos todos únicos, o que não nos faz melhores ou piores. Não é preciso julgar ou estipular um valor para nossas características, embora possamos reconhecê-las e falar sobre elas”, assegura o presidente.

A diretoria Rosi, comenta ainda que, a maneira de encarar as particularidades de cada um dá chance para que as diferenças sejam respeitadas. “Uma vez que o outro não é percebido como inferior ou superior, mas como alguém que, assim como eu, tem seus limites e suas potências, abre-se espaço para uma atmosfera de tolerância, de aceitação e de solidariedade”, destaca.

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O grupo é orientado por profissionais capacitados. © Arquivo Apae Mirim

Segundo ela, é na convivência que começamos a criar um senso de comunidade mais apurado, identificamos de que modo podemos ajudar e ser ajudados, e também vivenciamos momentos em que demandamos mais do outro. “Muitas vezes precisamos abrir mão de algumas vontades em prol das necessidades gerais, e assim exercitamos o compartilhamento e construímos uma identidade no grupo e com o grupo”, salienta.

“Todas essas aprendizagens ocorrem de forma processual e nem sempre pacífica. Afinal, até para os mais velhos é difícil compreender completamente essas questões e encontrar maneiras de lidar com as diferenças. Entretanto, quanto mais os adultos forem capazes de exercitar a tolerância, a convivência e o diálogo, mais provável será que as crianças sigam tais modelos em suas relações”, defende a diretora embasando a ideia geral do projeto.

Por Ana Paula Nesi