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Política

Caravana de Inclusão da Mulher na Política reúne mais de 100 lideranças femininas em Cocal do Sul

O projeto é da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, por meio da Escola do Legislativo em parceria com a Câmara Municipal  e OAB/SC.

A política precisa e deve ser assunto de mulher. Foi com esse espírito acolhedor, de integração e formação que Cocal do Sul recebeu na noite de quarta-feira (31), a Caravana de Inclusão da Mulher na Política, um projeto da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, por meio da Escola do Legislativo em parceria com a Câmara Municipal  e OAB/SC.

Mulheres do município e da região lotaram o auditório da Coopercocal para um momento de debate e reflexão sobre as realidades que cercam os espaços de decisão e a necessidade de conscientizar as mulheres sobre a importância do protagonismo feminino na sociedade através de ações em diferentes áreas. Todas as mulheres presentes dedicaram o momento a ouvir, debater, compartilhar experiências e encorajar-se.

A abertura do evento foi realizada pela presidente do Legislativo de Cocal do Sul, Roseny Cittadin Barbosa, a coordenadora da Escola do Legislativo, Marlene Fengler e contou com a participação do prefeito, Fernando De Fáveri Marcelino, sendo mediada pela jornalista e vereadora, Maria Luiza Da Rolt. Após, formou-se a mesa com as renomadas palestrantes da noite: Dr. Fernanda da Silva Lima, ex-deputadas Marlene e Ada Lili Faraco Luca e a ex-prefeita, Sisi Blind com abordagens exclusivamente voltada a participação feminina na política.

Encorajamento feminino

Marlene Fengler, uma das principais orquestradoras para o encorajamento feminino na vida pública definiu o momento como uma reunião de mulheres que buscam inspiração. “É um espaço para compartilhar as nossas histórias e experiências, visando inspirá-las e encorajá-las”, afirmou. Para Marlene, para mudar a realidade da participação feminina na política brasileira, é necessário que a sociedade entenda a importância da sua representatividade e, por isso, a importância de estimular o debate sobre a questão.

Mulher não vota em mulher

“Somos a maioria do eleitorado catarinense e ainda buscamos avançar em nossa legitimidade”, avaliou a ex-prefeita de São Cristóvão do Sul, Sisi Blind, que contou a respeito de sua experiência para chegar à vida pública e dos desafios junto ao convencimento familiar. “Vivemos em uma democracia não democrata”, destacou.

O estigma de que “mulher não vota em mulher” foi outro ponto abordado entre palestrantes e participantes. “Para mudar essa realidade, precisamos de fóruns como esse, que provoquem transformações e quebrem paradigmas”, ressaltou.  

A ex-deputada, Ada de Luca, avaliou que a mulher precisa ir à luta por mais espaços decisórios e de poder. “A transformação passa por nós mesmas”, disse, observando que para avançar é preciso a união e o encorajamento de mais mulheres na vida pública.    

A professora de Direitos Humanos da Unesc, Fernanda da Silva Lima, apresentou um resgate histórico das lutas e dos desafios femininos. As diferenças sociais e raciais entre as próprias mulheres também foram observadas pela professora, que reforçou barreiras contemporâneas, como o fato de que a mulher receba 20% a menos do que o homem no mercado de trabalho, mesmo ocupando a mesma função e tendo a mesma escolaridade.

Ela criticou a baixa representatividade feminina nos centros de poder e de decisão como um entrave para as mudanças e os avanços fundamentais nas lutas femininas.

Pouca representatividade

Estatísticas divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, entre 2016 e 2022, o Brasil teve 52% do eleitorado constituído por mulheres, 33% de candidaturas femininas e, em média, 15% de eleitas. Ou seja, as mulheres são mais da metade da população e do eleitorado, mas não conseguem essa mesma expressão na política.

Dados da União Interparlamentar com base em informações fornecidas pelos parlamentos nacionais de quase 190 países, revelam que, em 2022, o Brasil estava na posição 129, com apenas 17,7% de assentos ocupados por mulheres na Câmara dos Deputados.

Sociedade mais inclusiva

A coordenadora da Escola da Alesc, Marlene Fengler, avalia que a instituição tem buscado atender demandas apresentadas pelas Câmaras Municipais, associações de câmaras e de municípios, prefeituras e outras instituições, além das comissões da Assembleia, que abordam alguns objetivos globais definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Um desses Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que devem ser implementados até 2030, destaca a igualdade de gênero também na política. O aumento da participação das mulheres é considerado um passo importante para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa para todas as pessoas.

“Em quatro anos de mandato parlamentar, percebi na prática as dificuldades que as mulheres enfrentam no dia a dia para estarem na política, mas não adianta reclamar e, sim, entrar nesse universo que ainda é predominantemente masculino para fazermos as mudanças que defendemos”, finaliza Marlene.

Núcleo apartidário de Cocal do Sul é criado para integrar a mulher

Cocal do Sul formou um núcleo apartidário para fomentar debates e integrar mulheres para a construção de uma política feminina mais participativa e unida. A Caravana é o reflexo deste trabalho que atingiu todos os objetivos almejados. Portanto um agradecimento especial a todas as mulheres que integram o núcleo: Roseny Cittadin, Maria Luiza da Rolt, Arlete Aparecida Martins, Giovana Galatto, Andreia Clemes, Caroline Holek, Edsânia Tavares, Jordana Sartor, Kênia da Silva, Angela Mendes Anjo, Maria de Fátima Custódio, Beta Carrer e Patrícia Vaz.  

“A Caravana foi um sucesso. Não temos palavras para agradecer a todas as mulheres que estiveram conosco e as nossas palestrantes que fizeram toda a diferença. Gratidão pela oportunidade de estarmos juntas, obrigada a Coopercocal pelo espaço cedido, obrigada por tanto conhecimento compartilhado. Nosso país clama por mulheres cada vez mais participativas, altivas, com emprego, com qualificação, e em condições de dar uma educação digna a seus filhos. Coragem Mulheres! Nós precisamos umas das outras! Nosso país, nosso município serão mais humanos e civilizados quando a liberdade e a autonomia das mulheres crescerem”, afirmou Roseny.

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Colaboração: Maria Luiza Da Rolt