Setembro Amarelo: a importância de falar sobre o suicídio

 

 

Durante muitos anos, o suicídio foi um assunto evitado. Muita gente tinha medo de que falar sobre o tema poderia “dar ideia” ou incentivar as pessoas a cometerem o ato. Porém, a psicóloga Carmina Debiasi Carminati explica que a informação é uma das melhores formas de prevenção. “Quanto mais as pessoas souberem sobre o suicídio, mais preparadas estarão para lidar com ele, seja enfrentando seus próprios pensamentos ou ajudando quem está por perto”, afirma.

A campanha Setembro Amarelo existe justamente para quebrar esse tabu e levar mais informação para todos. A ideia é alertar e sensibilizar a sociedade para a prevenção do suicídio, um problema de saúde pública. A psicóloga reforça que muitos casos de suicídio estão relacionados a diagnósticos psiquiátricos de transtornos de humor, como a depressão. “A depressão é considerada um transtorno de humor grave. Como uma doença complexa, é ainda multifatorial, ou seja, ela envolve fatores psicológicos, biológicos, genéticos e ambientais”, explica Carminati.

Pessoas com depressão geralmente apresentam sintomas como tristeza profunda, perda de interesse nas atividades, alterações no sono e apetite, e pensamentos sobre a morte. “Esses sintomas precisam ser levados a sério, pois a ideação suicida, ou seja, os pensamentos recorrentes sobre tirar a própria vida, são um dos critérios para o diagnóstico da depressão”, completa a psicóloga. Portanto, falar sobre o tema e buscar ajuda profissional são formas essenciais de prevenção. Carmina reforça que informação salva vidas, e campanhas como o Setembro Amarelo são fundamentais para combater esse problema.

Dados alarmantes e onde buscar ajuda

Em Santa Catarina, em 2023, foram registrados 962 suicídios, dos quais 76% (738) foram cometidos por pessoas do sexo masculino. Entre crianças e adolescentes, na faixa etária dos 10 aos 19 anos, foram 41 óbitos. O maior número de casos ocorreu entre os 30 e 49 anos, somando 366 óbitos. Em 2024, até o dia 29 de agosto, os números já chegam a 616 casos, sendo 77% (475) entre indivíduos do sexo masculino. Os dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).

Para buscar ajuda, a pessoa que está enfrentando problemas relacionados a saúde psicológica, pode procurar um psicólogo de sua confiança, ou então, procurar serviços públicos como o CAPS, SAMU 192, Pronto Socorro, Hospitais, e o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio emocional gratuitamente, de forma voluntária, 24 horas por dia, por telefone no número 188, e-mail ou chat pelo site da instituição (www.cvv.org.br).

Sobre Carmina

Carmina Debiasi Carminati, formada em Psicologia desde 2007, possui uma vasta experiência em sua área de atuação. Ao longo de sua carreira, trabalhou como psicóloga na Casa da Cidadania, no CAPS e no CRAS de Orleans. Atualmente, Carmina realiza atendimentos clínicos em seu consultório particular em Orleans e na MEDZEL, em Cocal do Sul, além de oferecer consultas on-line, proporcionando suporte psicológico para pessoas de diferentes localidades.

Ela é uma das profissionais que atende em parceria com o Plano de Assistência Familiar Medzel, o qual oferece descontos especiais aos associados em consultas, exames e diversos outros serviços em empresas e profissionais parceiros. Essa colaboração permite que um maior número de pessoas tenha acesso a cuidados psicológicos de qualidade, garantindo suporte acessível para quem busca saúde mental e bem-estar.

Por Ana Paula Nesi